O projeto Cadeirante foi desenvolvido por iniciativa da professora Sandra de Souza Marcos, da Escola Municipal Padre Guilherme Peters, em Belo Horizonte. Contou ainda com a participação das professoras Ana Paula Chaves Vaz de Mello, da escola, e Alessandra Marinho (GPLI/SMED – Equipe Formação do Projeto UCA/PucMinas).
O principal objetivo foi o de permitir que os alunos conhecessem a sua escola, bem como o seu entorno, tendo, contudo, um olhar reflexivo sob as condições que esse espaço público oferece aos cadeirantes. Esse objetivo se enquadra perfeitamente na ação pedagógica que vislumbra a formação cidadã dos alunos e que os reconhece como os principais responsáveis por sua formação para a cidadania, sendo, por ela, co-responsáveis.
Inicialmente, por meio de diálogos em sala de aula, os alunos foram provocados para a reflexão sobre a temática. Como vários deles conheciam colegas de escola que ali passavam pelas dificuldades de locomoção, as questões foram sendo ilustradas, discutidas. Os alunos se comprometerem como o Projeto foi um processo natural.
Acessando a internet, para o que usaram os laptops do Projeto UCA, os alunos pesquisaram sobre a legislação que trata da acessibilidade em espaços públicos. Puderam conhecer as adequações que permitem o fácil trânsito dos cadeirantes.
Em seguida, com a câmera do laptop Classmate PC, os alunos capturaram várias imagens da escola e do seu entorno. Assim, registraram a inadequação de espaços para os cadeirantes.
As fotos foram carregadas no site Flickr. Na atividade as professoras que conduziram o Projeto levaram os seus alunos a reproduzir uma experiência que tiveram durante a formação UCA, em uma tarefa combinada dos Módulos 2 e 3A.
Na sequência, os alunos produziram apresentações de slides, onde ilustraram e detalharam a situação registrada. Com imagens e textos curtos contaram de alguma forma uma história.
Na última etapa do Projeto, os alunos redigiram uma carta para a Secretária Municipal de Educação de Belo Horizonte, na qual buscaram chamar a atenção para a necessidade de adequação, para os cadeirantes, dos espaços da escola.
O Projeto Cadeirante permitiu aos alunos o comprometimento pleno em uma temática transversal ao currículo escolar, um olhar sobre um problema que pode não os afetar diretamente, mas que tem implicações sobre pessoas da comunidade escolar na qual estão inseridos.
Os alunos comprometeram-se efetivamente com questões da sua realidade, exerceram o pensamento crítico e analítico, praticaram cidadania.
As tecnologias digitais, além de instrumento para pesquisa, podem e devem garantir a aquisição de novas habilidades, como a escrita e a leitura de imagens, a de elaboração de uma escrita concisa, conforme presente nos slides e na carta elaborada endereçada à Secretária de Educação.
O desenvolvimento de competências e habilidades no uso de tecnologias digitais de informação e comunicação, com a utilização de linguagens múltiplas, é um objetivo explícito do Projeto UCA.
O Projeto Cadeirante é uma prova de que o Projeto UCA vai, aos poucos, se consolidando e contribuindo para mudanças na realidade de escolas públicas brasileiras. Já existem novos fazeres pedagógicos, assentados no uso de tecnologias móveis. Na Escola Municipal Padre Guilherme Peters, em Belo Horizonte, isso também já acontece.